Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 07 de maio de 2018
Por Roseli Brito [Pedagoga - Psicopedagoga - Neuroeducadora e
Coach]
Aprendemos com as diferentes vivências, as diferenças de opiniões,
de culturas, de enfoques, de humores, de sentimentos
Sabemos que a ideia da Educação Inclusiva se
fundamenta em uma filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, partindo do
princípio dos Direitos Humanos. Que garante o acesso e a participação de
todos, a todas as oportunidades, independente das peculiaridades de cada
indivíduo e de suas dificuldades.
Todos podem se beneficiar dos programas educacionais, desde que sejam dadas as oportunidades necessárias para o desenvolvimento de suas potencialidades.
Portanto, quando falamos em Educação Inclusiva, primeiro precisamos repensar o sentido que se está atribuindo à educação, além de atualizar nossas concepções e ressignificar o processo de construção de que todo o indivíduo aprende, cada um do seu modo e ao seu tempo. É preciso compreender a complexidade e amplitude que envolve essa temática.
A educação inclusiva é um movimento mundial em defesa do direito de todos os alunos estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, que avança em relação à ideia de equidade dentro e fora da escola, ou seja, o adjetivo inclusiva é usado quando se busca qualidade para todos e cada aluno, com ou sem deficiência.
Sendo assim, a inclusão implica em uma transformação considerável no espaço escolar. Implica em quebrar e vencer paradigmas, buscar atender à diversidade humana com ajuda de recursos materiais, humanos e financeiros. Podemos até dizer que o desafio é conseguir romper barreiras, quebrar o esquema de homogeneidade.
A inclusão não é apenas inserir o aluno na classe e esperar que ele aprenda ou que o professor trabalhe de forma diferente. É necessário que todos acreditem no potencial de cada aluno e cada um no seu potencial de aprender, de aceitar novos desafios, de criar novas expectativas, para isso todo o sistema escolar, deve estar disposto e aberto a aceitar e incluir todos os alunos.
Dentro do cotidiano escolar a criatividade e o bom senso dos professores são os principais aliados para o ensino-aprendizagem de todos alunos. Para isso algumas ações pedagógicas diferenciadas são necessárias, bem como a flexibilização curricular.
Afinal, todos os alunos precisam da valorização e do incentivo de suas potencialidades para que possam desenvolver cada vez mais e melhor suas capacidades.
Para que os educadores façam flexibilização curricular, não são os alunos quem devem prestar atenção ao professor e sim o professor é que deve estar mais atento aos seus alunos e suas necessidades.
O aluno não deve ser só ouvinte, o aluno deve ter a oportunidade de questionar e demonstrar suas habilidades e dificuldades, o aluno deve ter o direito de realizar suas atividades de acordo com suas possibilidades, tendo sempre suas capacidades e limitações respeitadas.
Na verdade, quando pensamos em aprendizagem, também devemos lembrar que é fundamental considerar que cada indivíduo aprende no seu ritmo e de uma maneira. Sendo assim, podemos afirmar que a questão da Aprendizagem é bastante complexa, afinal o ato de aprender é extremamente singular, e a escola deve sempre considerar esse fato, principalmente quando estamos falando e pensando em Flexibilização curricular.
Vale ressaltar, que uma das principais funções da Flexibilização curricular é facilitar e também favorecer a compreensão de todos os alunos diante do conteúdo apresentado.
É pensar em pequenas mudanças nas atividades e nas estratégias pedagógicas, para promover a aprendizagem de todos e cada aluno. Pois, muitas vezes, uma simples adequação na atividade e/ou no material favorece significativamente a aprendizagem do aluno, diminuindo assim as barreiras encontradas por ele no dia a dia. Além de deixar para trás a sensação desconfortável da impotência em aprender.
A flexibilização curricular só pode ser feita quando o educador conhece bem seus alunos e as suas necessidades. O educador precisa ficar atento nas potencialidades e nas dificuldades de cada aluno, observando as características predominantes na relação com o processo de aprendizagem, para com isso compreender melhor as particularidades de cada um, levando em conta como se dá esse processo individualmente.
Além disso, é importante que o educador aceite e faça mudanças nas práticas pedagógicas e nos processos de avaliação, considerando assim, as necessidades de acordo com as peculiaridades individuais.
A Flexibilização curricular visa promover o conhecimento do conteúdo trabalhado em sala de aula para todos os alunos, tendo como referência a BNCC e o projeto pedagógico da unidade escolar, ou seja, a essência e o objetivo dos conteúdos devem ser considerados sempre, o que deve ser adequado é o nível de complexidade da atividade.
O grande desafio é reunir alunos de diferentes níveis, diante de uma situação de ensino, em grupos desiguais, afinal em nossas vidas, no dia a dia é assim... Aprendemos com as diferentes vivências, as diferenças de opiniões, de culturas, de enfoques, de humores, de sentimentos.
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