Sinos tocam em Hiroshima 70 anos após a
bomba atômica
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Hiroshima e Nagasaki: lembrar o poder da paz
Há exatos setenta anos, as
primeiras bombas atômicas do mundo foram lançadas sobre as cidades japonesas de
Hiroshima e Nagasaki, criando o que depois ficou conhecido como uma "nuvem
de cogumelo" e matando mais de 450 mil pessoas. O horror desses
bombardeamentos foi uma memória eterna para os sobreviventes, ficou impresso na
consciência de pessoas ao redor do mundo e foi um lembrete que impediu a
continuação de uso de armas nucleares em guerras.
Dando um salto no tempo e
avançando para o ano de 2011, um terremoto provocou um tsunami que atingiu o
norte do Japão e que, por sua vez, causou o desastre nuclear de Fukushima. O
pior acidente nuclear desde Chernobyl, em 1986, forçou dezenas de milhares de
pessoas que viviam dentro de um raio de 20 km a evacuarem. Estas pessoas se
encontraram sem meios de sobrevivência e vilas inteiras foram transformadas em
cidades fantasmas.
Apesar dos esforços do governo
japonês para descontarminar a região, investigações do Greenpeace Japão apontam
que os níveis de radiação ainda permanecem elevadas. O bairro de Iitate, ao
norte da prefeitura de Fukushima, é um dos mais afetados e as pessoas evacuadas
não podem voltar para suas casas com segurança.
No entanto, o governo japonês
quer forçar a população a retornar às suas casas e anunciou uma "política
de retorno forçado" até março de 2017 e o fim das compensações financeiras
para aqueles que foram atingidos pelo desastre até 2018. Além disso, o atual
governo Abe alterou a pacífica Constituição japonesa que foi adotada logo após
a II Guerra Mundial para permitir que as tropas japonesas participem de lutas
armadas.
Nós conhecemos as consequências
da guerra. Nós já vimos os 'efeitos nucleares'. O Greenpeace acredita que a paz
é a melhor forma de se defender, e que a guerra é a maior ameaça para o
ambiente. O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, deve prometer "nenhuma
guerra e a paz duradoura" para homenagear o 70º aniversário dos
bombardeios à Hiroshima e Nagasaki e, ainda mais importante, deve deixar um
mundo de paz para as futuras gerações.
Junichi Sato
Diretor Executivo do Greenpeace
Japão
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