13/12/2023

Visita ao Meliponário dos Guedes: o paraíso das abelhas | NOVA OLINDA-CE

Jornalista Lucélia Muniz – Reg 0004886/CE

Ubuntu Notícias, 13 de dezembro de 2023

@luceliamuniz_09     @ubuntunoticias

Colaboração de Rayssa Pereira e Larissa Costa

Na manhã desta quarta-feira (13), estive fazendo uma visita ao Meliponário dos Guedes que fica localizado no Distrito de Triunfo no município de Nova Olinda-CE. Enquanto professora sempre que possível realizo visitas aos projetos ambientais de nosso município e até mesmo de outras localidades para conhecer e também ter um mapa para futuras aulas de campo.

Da esq. para dir - Rayssa, Larissa, Severino, Vera e Lucélia

Na ocasião, eu, Professora Lucélia Muniz da EEMTI Padre Luís Filgueiras, realizei a visita junto às estagiárias Rayssa Pereira e Larissa Costa, futuras Técnicas em Agronegócio pela EEEP Wellington Belém de Figueiredo, ambas instituições de ensino da rede pública estadual do município de Nova Olinda.

Fomos recebidos por Dona Vera e Seu Severino que disse estar concedendo a primeira entrevista para um veículo de comunicação. Este divulga seu projeto em feiras realizadas em nossa região. Está aberto a novas parcerias para investir e dá continuidade a esta ação de cunho ambiental que remonta as nossas tradições.

Afinal, qual a diferença de apicultura para meliponicultura?

O nome apicultura é atribuído à criação de abelhas com ferrão e já a meliponicultura às sem ferrão. Sendo que as abelhas sem ferrão caracteriza as abelhas nativas e as com ferrão a exemplo das abelhas italianas, não são nativas.

Hoje apresento para vocês a história do Meliponicultor Severino Guedes que desde criança vendo seu pai manter em casa os cortiços para abrigar e colher o mel das abelhas nativas, resolveu manter a tradição em família. O mel, que a princípio era utilizado apenas para uso medicinal.

Seu Severino, nasceu no Sítio Umburana em Nova Olinda, filho do casal Isabel e Antonio Guedes, mais conhecidos como Isabê e Antonio Jacinto.  Em 1983 casou-se com Dona Vera com quem teve 04 filhos. E em 2004 o casal passou a residir no Distrito de Triunfo onde deu continuidade a atividade de meliponicultor.

Foi em sua nova morada que começou a multiplicar a quantidade de caixas e cortiços para as abelhas nativas. Os cortiços são pedaços de tronco de madeira ocados que são selados com barro e uma pequena abertura para a entrada e saída das abelhas. Atualmente, ele tem um total de 160 cortiços, chegando a abrir 10 caixas para tirar 1 litro de mel, fazendo a retirada do mel por volta de 02 vezes por ano, considerando que estamos num período de seca. Logo, no inverno a quantidade de mel é maior.

A desvalorização e prática da meliponicultura foi reduzida dado a introdução da abelha italiana que produz uma quantidade maior de mel. Seu Severino ressalta que no Brasil existe cerca de 350 espécies nativas – canudo, jataí, cupira, uruçu, tiúba, dentre outras.

O espaço está aberto para visitação como aulas de campo e o contato pode ser feito pelo  (88) 9 9203 3308. “O meu interesse não é na parte comercial, é preservar a natureza e mostrar o que posso fazer para a natureza”, destaca Seu Severino Guedes.

As abelhas utilizam a florada das plantas nativas para a produção do mel. Seu Severino ressalta algumas plantas essenciais como: aroeira, jurema preta, pereira, juá, algaroba, principalmente para este período de seca. Para conseguir que as plantas mantenham uma florada ao longo do ano, este só dispõe de um barreiro, o que é insuficiente para realizar seu trabalho em melhores condições.

Do IBAMA conseguiu algumas mudas de aroeira-pimenta que matém-se verde mesmo no período da seca e conta também com a florada da cajarana. Ao lado da casa ainda existe algumas siriguelas com frutos já maduros e tem comercializado o mel em garrafas de 50 a 300 ml, vendendo em feiras da agricultura familiar da região.

Na ocasião, ele ainda abriu algumas caixas para colher o mel e assim provamos o saboroso mel das abelhas nativas, através de uma experiência que respeita o meio ambiente, resultando no mel que carrega o sabor e a cor das flores do nosso sertão. “Não é à toa que aqui é o paraíso das abelhas”, ressalta Seu Severino.

2 comentários:

  1. Fico muito feliz em ver meu irmão Severino dando sua contribuição para que a natureza continue seu curso natural.missão essa dada por Deus a todos nós. Cuidarmos do paraíso que Ele nos deu.Parabéns !!!

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  2. Quem fica feliz sou eu com um comentário desse ,obrigado

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