Jornalista
Lucélia Muniz
Ubuntu
Notícias, 14 de dezembro de 2025
@luceliamuniz_09 @ubuntunoticias
No domingo (07), estive no Sítio Patos tomando um cafezinho na casa de Cida, Maria Aparecida de Oliveira Silva, e na ocasião conversamos sobre ela manter o casarão de seus pais tão conservado nos remetendo as memórias desta localidade e do convívio com os mesmos.
Os proprietários do casarão eram o casal de agricultores, Alexandre Patrocínio de Oliveira mais conhecido como “Padim Neném” e Maria Heroína de Oliveira mais conhecida como “Madinha Heroína”. Quando se casaram construíram uma casa de taipa que no ano de 1975 deu lugar ao casarão que até hoje adorna a paisagem do Sítio Patos com sua cor verde e contornos brancos na fachada tradicional.
O casal não teve filhos, mas adotou três crianças – o Fransquim, a Cida e o Mazim, herdeiros não só de bens, mas de uma história marcada pela superação e exemplo de seus pais, Neném e Heroína. “Mamãe dizia: são três telhas, uma para cada um”, lembra Cida.
Padim Neném entra para a história do município de Nova Olinda como o 1º feirante. Ele começou a exercer este ofício no ano de 1959. Comprava os tecidos e sua esposa Heroína cortava e costurava as roupas que eram vendidas na feira local e nos municípios de Assaré e Santana do Cariri, lembra Marvenier, marido de Cida. Salientando que Cida e seu marido também abraçaram a profissão de feirante até abrirem seu estabelecimento comercial próprio. Cida ainda ressalta que Neném e Heroína comprava mandioca e durante muitos anos também fizeram farinhada.
Pedi licença para fotografar, visitar o casarão e fazer esta matéria. No interior do casarão, Cida mantém muitos objetos, como móveis, utensílios, fotografias e santos que remontam a história de seus pais.
Até hoje ela realiza a renovação do casal e o rosário usado por eles está junto aos santos. “Não quis deixar na cruz onde eles foram sepultados”, disse Cida.
Numa das salas, a mesa de madeira com gavetas onde o casal fazia as refeições e uma típica copeira com os copos de alumínio. Num dos quartos a cama de casal e na cozinha o fogão a lenha e a chaleira sob uma das bocas. “Papai dizia: minha filha guarde tudo, a gente nunca sabe quando vai precisar”, lembra Cida.
O casarão destaca-se no solo de terra batida ladeado pela vegetação com sua fachada pintada em verde e branco. Possui um estilo arquitetônico tradicional, comum em áreas rurais ou cidades menores do Brasil. A pintura em dois tons realça as janelas e portas de madeira, que também são pintadas na cor verde. A frente da casa apresenta uma pequena elevação de concreto, funcionando como um degrau numa calçada.
Em alto relevo, integram as superfícies dessas fachadas com formas
geométricas, orgânicas, além de molduras nas aberturas das janelas, portas e
nos limites do plano frontal. É possível observar o dado manual do trabalho que
origina as formas e composições. Mais do que a própria arquitetura, uma casa
guarda memórias, afetos, histórias e uma dose de nostalgia. Me considero uma
caçadora de histórias! Histórias que inspiram!
















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