As pessoas querem se conectar consigo, com o outro, com o encontro para, assim, consolidarem seus conteúdos Por Laudeci Martins | CRATO-CE

Lucélia Muniz

Ubuntu Notícias, 13 de janeiro de 2023

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Por Laudeci Martins - Consultoria e mentoria educacional

Há pouco mais de uma década, além das minhas atividades nas universidades públicas do Cariri, trabalho em outras instituições, tais como empresas, escolas de educação básica, IES privadas, coletivos, associações, dentre outras, através de palestras, oficinas, disciplinas e rodas de conversa ativando temas diversos sobre educação, economia e, mais recentemente, psicologia.

Por um tempo, os convites giravam em torno de questões cognitivas: metodologias, métodos, discussões teóricas, enfim.

Nos últimos anos e, sobretudo, nos liames da pandemia a chave girou na direção que a gente já anunciava desde o início a partir de fundamentos pós-positivista do conhecimento.

Me lembro de dizer, lá no comecinho, que a lição a gente já tinha recebido, só nos restava aprender.

Fazia um palimpsesto com a canção de Beto Guedes para afirmar que a aprendizagem e sistematização de um saber de quaisquer natureza demandava uma conexão de geração de desejo e sentido na vida de quem o acessava.

Conhecer e ativar o mundo se dá, necessariamente, mais pelas vontades do que pelas imposições.

No ano passado, todas as minhas participações nas semanas pedagógicas tiveram esse sentido.

Foi um janeiro/fevereiro intenso em falas e encontros pautados por uma educação potente de emoção e significado.

Na próxima semana início o giro 2023 para dialogar em eventos escolares onde encontrarei professores e gestores interessados em temas tais como: acolher, cuidar, sentir, significar, comunicar para além das habilidades cognitivas.

As pessoas querem se conectar consigo, com o outro, com o encontro para, assim, consolidarem seus conteúdos.

É urgente ativar sentidos que possibilitem a preservação da própria vida. A organização das emoções, a percepção dos valores não materiais como fundantes do nosso modo de ser e estar no mundo.

Tomara que a gente entenda cada vez mais que a história, a memória, a atitude filosófica, a arte podem nos apontar caminhos em tempo de barbárie. Que nós somos algo a mais em profundidade e podemos sim gerar outros mundos possíveis como indica Alberto Acosta. Lá onde ciência não se descola da vida.

Feliz querer-ser-agir novo!!