27/11/2022

Com monstruosidade não se brinca Por Kenner Terra

Lucélia Muniz

Ubuntu Notícias, 27 de novembro de 2022

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Por Kenner Terra - Pastor, Professor e Escritor

Ainda estou em choque e profundamente consternado com o atentado em Coqueiral de Aracruz, ES. Essa tragédia toca-me diretamente. Estudei em uma das escolas e a adolescente atingida com um tiro na cabeça é filha de uma amiga de infância. Estamos em oração e súplica por ela, demais feridos e familiares.

Um detalhe tenebroso desse episódio de terror é a presença de símbolos nazistas usados pelo atirador e a publicação de Mein Kampf (“Minha Luta”), escrito por Hitler, no Instagram do pai do suspeito confesso. Precisamos lembrar que há oitenta ou noventa anos, o Brasil tinha o maior partido nazi-fascista fora da Alemanha do mundo. As homenagens à família Rocha Miranda no RJ, conhecida pelo uso de crianças em trabalho escravo e envolvimento com o "fascismo à brasileira", confirmam o tipo de memória cultural que preservamos. Além disso, não podemos esquecer que nossa história recente também é marcada por projetos eugenistas.

Se você ainda não conhece, recomendo muitíssimo o documentário "Menino 23", que trata do nazismo em nossa nação. O tijolo na imagem, que aparece nesse curta-metragem, foi encontrado no RJ e comprova o quanto flertamos historicamente com essa monstruosidade. No entanto, isso não é simplesmente coisa do passado. Em seus trabalhos sobre a extrema-direita, só para termos ideia, a pesquisadora Adriana Abreu Magalhães Dias afirma que o Brasil tem mais de 300 células nazistas em funcionamento!
Esse monstro ainda nos ronda. Não podemos relativizar seus riscos.

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