Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 08 de junho de 2020
Por Dr. Éverton de Lima Oliveira
Claro que devemos
celebrar quando as pessoas se recuperam de uma doença, mas para nós,
profissionais de saúde, não dá para comparar com a dor de perdermos um
paciente, principalmente quando essa doença era evitável.
Para se recuperar
da Covid-19, é necessário que você adoeça e corra o risco de ser internado, de
ser entubado, de morrer. Se o Brasil tem 300 mil recuperados, é porque 680 mil
pessoas ficaram doentes, e isso custou a vida de 36 mil pessoas pelo menos, até
agora.
Além disso, o
esperado, para a Covid-19, é que a esmagadora maioria das pessoas se recupere da
doença. Então a grande conquista não é ter muitos recuperados, mas sim poucos
doentes e mortos. É o caso da Argentina, que tem só 7 mil recuperados, porque
só tem 22 mil casos e apenas 656 mortos.
Pare de usar o
número de recuperados para minimizar a gravidade do novo Coronavírus. Ele está
entre nós e é um inimigo real, e nós temos a responsabilidade de combatê-lo de
verdade, para não adoecer e não matar aqueles que amamos.
Não discuto se a
morte estava no destino das vítimas fatais, se era “karma”, ou vontade divina,
mas é nosso dever evitar essas mortes, e falar das pessoas recuperadas como
cortina de fumaça não vai fazer essas pessoas viverem de novo.
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