Lucélia
Muniz
Ubuntu
Notícias, 19 de maio de 2019
Há 29 anos,
no dia 17 de maio de 1990, a OMS (Organização Mundial da Saúde) retirou a
homossexualidade da lista de distúrbios mentais da CID (Classificação
Internacional de Doenças). A decisão reconheceu que a orientação sexual não
pode ser considerada doença, por se tratar de traço da personalidade do
indivíduo.
A mudança
marcou uma vitória para o movimento LGBT e a data foi escolhida como dia
internacional de combate ao preconceito e à violência contra gays, lésbicas,
bissexuais e transgêneros.
O retrocesso
vem com o desmonte do Conselho Nacional LGBT, a retirada da população LGBT da
política de Direitos Humanos, a decisão do Ministério da Educação de acabar com
a discussão de diversidade, identidade de gênero e orientação sexual em salas
de aula, entre outros.
O impacto
negativo dessas ações veio a galope através dos discursos de ódio, em grande
parte disseminados através das redes sociais. Postura que atinge o público LGBT
e às mulheres, vítimas frequentes da violência e de feminicídio.
Quem legitima
este tipo de comportamento? Pessoas racistas, homofóbicas, machistas sempre
existiram e infelizmente isto é um fato. Acontece que de repente elas saíram do
armário para mostrar a que vieram. Um custo muito alto para a sociedade! São
vidas e mais vidas ceifadas todos os dias!
A violência também
se perpetua pela violência verbal onde o discurso do agressor parece se
naturalizar como algo corriqueiro e “normal”. Esse tipo de violência psicológica
nem é silenciosa e é devastadora.
Bem aqui no
interior do Ceará, em Nova Olinda, vejo uma sequência de casos e casos se
repetindo... Não posso dizer jamais que a vítima deva silenciar! Aos agressores
sei que onde a ignorância se instala nem a educação salva! Reflitamos! A luta
não pode cessar!
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