Foi perguntado a um
grupo de pessoas, todas ligadas a profissões e contextos onde o tema da
liderança é muito importante: o que é mais difícil liderar ou ser
liderado? De modo unânime todos responderam que liderar
é mais difícil. Embora alguns tenham respondido que sua preferência é pela
posição de liderança, não deixaram de reconhecer que a posição de líder é
mais “tensa”.
Ser liderado é
certamente mais confortável do que liderar. O líder tem em suas mãos a
possibilidade de idealizar uma realidade e através dos que seguem sua liderança
concretizar suas ideias. O líder detém o poder de influenciar e de promover o
desenvolvimento das competências de sua equipe para alcançar a glória dos
resultados positivos. Esta glória, ele deverá, generosamente, compartilhar com
a sua equipe.
Contudo, no caminho do
líder, se encontra, também, a possibilidade do fracasso. Neste caso,
apresentando-se o fracasso, ele não poderá compartilhar a vergonha com sua equipe.
Espera-se que ele admita, varonilmente, que falhou em algum ponto de sua
liderança. Para que um líder exerça com maestria o seu
papel, ele deve desenvolver as seguintes competências:
Uma
boa comunicação
Comunicar com clareza e
de modo cativante é sem dúvida uma das principais qualidades dos grandes
líderes. O líder deve ser versátil em sua comunicação, ao ponto de ser
entendido por todos os membros da sua equipe, desde os que ocupam os
postos técnicos até os que cuidam da segurança ou da manutenção predial. Ele
deve ter a capacidade de levar os liderados a visualizarem o resultado a ser
alcançado. Este nível de comunicação requer outra capacidade fundamental,
a saber:
Estabelecer empatia
O líder deve ser capaz
de sair, mentalmente, do seu próprio ponto de vista e colocar-se no ponto de
vista dos seus liderados para tentar entender suas expectativas e suas
dificuldades. Este processo evita que o líder perceba os seus liderados apenas
como instrumentos para se alcançar determinado fim, e os enxergue como de fato
são: pessoas (e não máquinas) repletas de expectativas, necessidades e
conhecimentos.
Uma terceira competência
dos grandes líderes é a sensibilidade
para reconhecer os talentos presentes no seu time.
Muitas vezes, o
indivíduo taxado de incompetente, possui um talento extraordinário, mas que não
consegue manifestá-lo no contexto em que está posto. Um sujeito de perfil
agressivo e focado em resultados (um tubarão), apresentará, possivelmente,
dificuldades em lidar, de modo constante, com demandas de mediação de conflitos
ou de julgamento de situações onde as possibilidades de interpretação são muito
variadas. Tais situações exigem tempo, paciência, muita disposição para
ouvir as várias partes, ponderar prós e contras e, só então, tomar as decisões.
Por outro lado,
uma pessoa voltada para o planejamento e o controle (um lôbo),
poderá sair-se muito mal em contextos onde as decisões e as ações
devem ser tomadas rapidamente e o risco seja parte integrante da empreitada.
Unindo, porém, esses talentos e alocando-os nas funções adequadas, as ações
tornam-se mais eficientes e eficazes.
A quarta competência
fundamental de uma liderança eficaz é delegar de modo eficiente.
O líder não pode,
sozinho, realizar todas as atividades que levam aos resultados esperados. Se
assim fosse possível, seria desnecessária uma equipe e a liderança não
existiria. Além disso, o líder não é alguém que sabe
tudo e diante de muitas dessas tarefas ele pode não ser a pessoa melhor preparada
para realizá-la.
Neste ponto retomamos a
importância de reconhecer os talentos presentes dentro da equipe. Delegar
não é tarefa fácil. Delegar não significa “ jogar um abacaxi” nas mãos do
liderado, sentar-se numa cadeira e cobrar dele um copo de suco.
Delegar, de modo
adequado, significa oferecer condições e recursos para que o delegado
possa cumprir sua missão. Dentre estas condições e recursos, o líder deve
preocupar-se em promover, de modo sistemático e constante, a aprendizagem e o
desenvolvimento dos membros da sua equipe. Isto nos leva a quinta e última
competência que aqui quero mencionar.
Compete ao líder criar um ambiente favorável
à aprendizagem e ao desenvolvimento.
Um líder-coach deve
desejar promover aprendizado e desenvolvimento dentro de sua equipe, de modo
constante e sistemático. Utilizando uma metáfora, poderíamos dizer que o
grande líder sabe que o tempo que se gasta afiando o machado (oferecer
treinamento e desenvolvimento) não é tempo perdido. Ao contrário disto,
é tempo ganho, posto que, no médio prazo, isso tornará a equipe
muito mais produtiva e eficaz.
Em conclusão: Exercer liderança é um grande
privilégio ao mesmo tempo em que é, também, uma imensa responsabilidade.
Privilégio de exercer influência e contribuir para o desenvolvimento pessoal e
profissional dos liderados. Seja uma liderança exercida na empresa, na
escola, na comunidade ou numa família. Além do privilégio, pesa sobre os
ombros do líder a responsabilidade de assumir os riscos envolvidos na arte de
liderar. Mas é um risco que vale a pena ser corrido, posto que, no processo, o
próprio líder vai sendo aperfeiçoado.
Pedro Virgínio Pereira
Neto
Professor, graduado em História
e pós- graduado em Psicopedagogia.
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