Maria
da Penha, em 1983.
Maria
da Penha Maia Fernandes, biofarmacêutica cearense, nascida em 1945, fez da sua
tragédia pessoal uma bandeira de luta pelos direitos da mulher e batalhou
durante 20 anos para que fosse feita justiça. O seu agressor, o professor
universitário de economia Marco Antonio Herredia Viveros, era também o seu
marido e pai de suas três filhas. Na época ela tinha 38 anos e suas filhas
idades entre 6 e 2 anos.
Na
primeira tentativa de assassinato, em 1983, Viveros
atirou em suas costas enquanto ainda dormia, alegando que tinha sido um
assalto. Depois do disparo, foi encontrado na cozinha, gritando por socorro.
Dizia que os ladrões haviam escapado pela janela.
Maria
da Penha foi hospitalizada e ficou internada durante quatro meses. Voltou ao
lar paraplégica e mantida em regime de isolamento completo. Foi nessa época que
aconteceu a segunda tentativa de homicídio: o marido a empurrou da cadeira de
rodas e tentou eletrocutá-la embaixo do chuveiro.
Herredia
foi a júri duas vezes: a primeira, em 1991, quando os advogados do réu anularam
o julgamento. Já na segunda, em 1996, o réu foi condenado a dez anos e seis
meses, mas recorreu. Por meio de recursos jurídicos, ficou preso por dois anos.
Solto em 2002, hoje está livre.
Em
7 de agosto de 2006, foi sancionada pelo então presidente do Brasil Luiz Inácio
Lula da Silva a Lei Maria da Penha, na qual há aumento no rigor das punições às
agressões contra a mulher, quando ocorridas no ambiente doméstico ou familiar.
Maria
poderá ser indicada ao Prêmio Nobel da Paz em 2017.
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