27/08/2017

Cinco competências de um líder eficaz

Foi perguntado a um grupo de pessoas, todas ligadas a profissões e contextos onde o tema da liderança é muito importante:  o que é mais difícil liderar ou ser liderado? De modo unânime todos responderam que liderar é mais difícil. Embora alguns tenham respondido que sua preferência é pela posição de liderança, não deixaram de reconhecer que a posição de líder  é mais “tensa”.

Ser liderado é certamente mais confortável do que liderar. O líder tem em suas mãos a possibilidade de idealizar uma realidade e através dos que seguem sua liderança concretizar suas ideias. O líder detém o poder de influenciar e de promover o desenvolvimento das competências de sua equipe para alcançar a glória dos resultados positivos. Esta glória, ele deverá, generosamente, compartilhar com a sua equipe.

Contudo, no caminho do líder, se encontra, também, a possibilidade do fracasso. Neste caso, apresentando-se o fracasso, ele não poderá compartilhar a vergonha com sua equipe.  Espera-se que ele admita, varonilmente, que falhou em algum ponto de sua liderança. Para que um líder exerça com maestria o seu papel, ele deve  desenvolver as seguintes competências:
     Uma boa comunicação
Comunicar com clareza e de modo cativante é sem dúvida uma das principais qualidades dos grandes líderes. O líder deve ser versátil em sua comunicação, ao ponto de ser entendido por todos os membros da sua equipe,  desde os que ocupam os postos técnicos até os que cuidam da segurança ou da manutenção predial. Ele deve ter a capacidade de levar os liderados a visualizarem o resultado a ser alcançado. Este nível de comunicação requer outra capacidade fundamental,  a saber:

Estabelecer empatia
O líder deve ser capaz de sair, mentalmente, do seu próprio ponto de vista e colocar-se no ponto de vista dos seus liderados para tentar entender suas expectativas e suas dificuldades. Este processo evita que o líder perceba os seus liderados apenas como instrumentos para se alcançar determinado fim, e os enxergue como de fato são: pessoas (e não máquinas) repletas de expectativas, necessidades e conhecimentos.

Uma terceira competência dos grandes líderes é a sensibilidade para reconhecer os talentos presentes no seu time.
Muitas vezes, o indivíduo taxado de incompetente, possui um talento extraordinário, mas que não consegue manifestá-lo no contexto em que está posto. Um sujeito de perfil agressivo e focado em resultados (um tubarão), apresentará, possivelmente, dificuldades em lidar, de modo constante, com demandas de mediação de conflitos ou de julgamento de situações onde as possibilidades de interpretação são muito variadas. Tais situações exigem tempo, paciência,  muita disposição para ouvir as várias partes, ponderar prós e contras e, só então, tomar as decisões.

Por outro lado,  uma pessoa voltada para o planejamento e o controle (um lôbo), poderá sair-se muito mal em contextos onde as decisões e as  ações devem ser tomadas rapidamente e o risco seja parte integrante da empreitada. Unindo, porém, esses talentos e alocando-os nas funções adequadas, as ações tornam-se mais eficientes e eficazes.

A quarta competência fundamental de uma  liderança eficaz é delegar de modo eficiente.
O líder não pode, sozinho, realizar todas as atividades que levam aos resultados esperados. Se assim fosse possível, seria desnecessária uma equipe e a liderança não existiria. Além disso, o líder não é alguém que sabe tudo e diante de muitas dessas tarefas ele pode não ser a pessoa melhor preparada para realizá-la.  

Neste ponto retomamos a importância de reconhecer os talentos presentes dentro da equipe.  Delegar não é tarefa fácil. Delegar não significa “ jogar um abacaxi” nas mãos do liderado, sentar-se numa cadeira e cobrar dele um copo de suco.

Delegar, de modo adequado, significa  oferecer condições e recursos para que o delegado possa cumprir sua missão. Dentre estas condições e recursos, o líder deve preocupar-se em promover, de modo sistemático e constante, a aprendizagem e o desenvolvimento dos membros da sua equipe. Isto nos leva a quinta e última competência que aqui quero mencionar.

Compete ao líder criar um ambiente favorável à aprendizagem e ao desenvolvimento.
Um líder-coach deve desejar promover aprendizado e desenvolvimento dentro de sua equipe, de modo constante e sistemático. Utilizando  uma metáfora, poderíamos dizer que o grande líder sabe que o tempo que se gasta afiando o machado (oferecer treinamento e desenvolvimento)  não é tempo perdido. Ao contrário disto,  é tempo ganho,  posto que, no médio prazo, isso tornará a equipe muito mais produtiva e eficaz.

Em conclusão:  Exercer  liderança é um grande privilégio ao mesmo tempo em que é, também, uma imensa responsabilidade. Privilégio de exercer influência e contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional dos liderados. Seja uma liderança exercida na empresa,  na escola,  na comunidade ou numa família. Além do privilégio, pesa sobre os ombros do líder a responsabilidade de assumir os riscos envolvidos na arte de liderar. Mas é um risco que vale a pena ser corrido, posto que, no processo, o próprio líder vai sendo aperfeiçoado.

Pedro Virgínio Pereira Neto
Professor, graduado em História e pós- graduado em Psicopedagogia.

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