Respeito: Caminho de resistência ao Bem Viver Por Maria Eliana de Lima | CRATO-CE

Jornalista Lucélia Muniz

Ubuntu Notícias, 17 de agosto de 2025

@luceliamuniz_09     @ubuntunoticias    @acb.crato

Maria Eliana de Lima

Diretora Financeira do Comitê Gestor da Associação Cristã de Base-ACB.

Graduada em História pela Universidade Regional do Cariri-URCA com Especialização em Teoria e Metodologia da História pela URCA.

Após um encontro norteado pela trajetória histórica da Associação Cristã de Base-ACB que tem sede no município de Crato-CE, Maria Eliana de Lima, uma das componentes do Comitê Gestor da referida instituição, deixou uma mensagem de reflexão a partir de um texto intitulado – “Respeito: Caminho de resistência ao Bem Viver”.

Vale salientar que o momento de socialização da trajetória histórica da ACB foi compartilhado a partir dos depoimentos dos associados fundadores – Maria do Socorro da Silva e Francisco de Assis Batista. O texto que vocês conferem a seguir foi elaborado após este encontro.

Por Maria Eliana de Lima

...hoje assistindo um documentário "O Ponto de mutação" e também, sobre o que aprendi há tempo, e em constante mutação (lembrei da canção "Como uma onda" de Lulu Santos) aliás, utilizada no encontro...

Então, me veio a reflexão sobre valores, incluindo "respeito”:

Pois bem: entendo, então que "Respeito não é algo que se pede, mas é algo que se impõe". e ao impor, não se trata de vitimismo, mas, condicionar-se à própria valorização de si.

Que em qualquer ambiente, incluindo o de trabalho, é possível não gostar de uma pessoa, não tolerar tal pessoa, mas, é preciso respeitá-la seja em qualquer condição ou por ser mulher, negra, LGBTQI+, idoso(a), Pcd, etc, ou posição hierárquica vertical, horizontal (sendo que todos(as) são iguais em necessidades,  complemento à tarefas, produtividade, importância).

E interessante, quando faz-se necessário "impor respeito, algo está falho, errado, pois respeitar, em português, significa "ter consideração, estima e deferência por algo ou alguém" sendo assim, não há seleção de pessoas ou balança com peso pendente a um só lado. Respeitar é equilibrar dimensões, é posicionar-se quando necessário, ter sinceridade e ser sincera em busca de endireitar distorções, buscar respostas na expressão coletiva, reconhecer este caminho como necessário.

Para tanto, é necessária escuta ativa no ambiente de trabalho que é mais do que somente ouvir, requer diálogo, "muitas conversas" (escutei essa frase recentemente), entender a construção de muitas mãos, feedback. E tudo isso conduz ao fortalecimento do ambiente, torna-se "produtivo, positivo" ocasiona relações interpessoais respeitosas, fortalecidas, melhor comunicação, lugar de iguais, com capacidade à criticidade, instrumento com essência construtiva. Respeitar o tempo e limites de cada um(a).

Num ambiente de trabalho, entender sobre funções, trabalho e relacionar à sentimentos, emoções, limite físico e mental.

É sobre cuidado...

É sobre experiências em constante reviravolta, em aprendizagem constante. E nenhuma sobressai à outra.

É sobre cada um(a) entender-se num coletivo criativo, autônomo, de um lado, mas, interdependentes, recíprocos num todo para o bem comum.

Será esse caminho o do "Bem Viver"?

É que não há "Bem viver" como dizia Paulo Freire, numa sociedade de visão "Tecnicista, bancária" em que tudo acontece de cima para baixo, em que uns colocam-se como centro movedores de tudo, os que sabem tudo, fazem tudo e os que não sabem nada, etc.

O documentário "O Ponto de mutação" reflete bem sobre essas tensões e aponta, como saída o caminho "holístico".

Nesse caminho, tudo se conecta, as partes caminham para um todo, integrado, relacionados, não se trata de unidade, mas, as diferenças entrelaçadas entre diversidade e adversidade em busca do todo para construção comum.

Esse é o sentido do respeito nesta adversidade e diversidade...