16/08/2022

Nova-olindense, Adriano Gomes, apresenta TCC com o tema ECOS DO SERTÃO: Um convite a discutir sobre a migração e o silenciamento da cultura sertaneja

Lucélia Muniz

Ubuntu Notícias, 16 de agosto de 2022

@luceliamuniz_09 @ubuntunoticias @agenciaclick__

“Eu sou sertanejo antes de ser universitário”

Na tarde da segunda-feira (15), tive a oportunidade de acompanhar via Google Meet, juntamente com meus alunos dos 2º anos da EEMTI Padre Luís Figueiras, a apresentação do TCC de Adriano Gomes na Paraíba.  

Acessamos o app para acompanhar a transmissão da apresentação e convidamos a Senhora Marcelina Gomes, mãe do Adriano, auxiliar de serviços da escola, para juntar-se a nós e acompanhar a apresentação.

ADRIANO GOMES FERREIRA, ex-aluno da Escola Padre Luís Filgueiras, apresentou um TCC com o seguinte tema - ECOS DO SERTÃO: Um convite a discutir sobre a migração e o silenciamento da cultura sertaneja - trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal de Campina Grande, como parte das exigências para a obtenção do título de licenciatura plena em Ciências Biológicas.

Estiveram na banca examinadora do TCC: o Prof. Dr. Jair Moisés de Sousa da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG (Orientador), o Prof. Dr. Erich de Freitas Mariano da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG (1º Examinador) e a Profª Meª Marinalva Valdevino dos Santos/Secretaria de Educação–Pernambuco (2º Examinador).

“Nos redescobrir é importante e o resultado de todo o processo, por vezes doloroso é surpreendente. Cursar Ciências Biológicas foi um dos processos mais importantes de toda a minha vida; confesso que no início não tinha certeza se iria concluir o curso, visto que era integral, mas hoje vejo que foi uma oportunidade de aprender a enxergar a natureza de uma maneira diferente, a ponto de entender que estou completamente inserido nela e não apenas como um espectador”, destaca Adriano Gomes nos agradecimentos do TCC.

Palavras de Adriano Gomes no resumo do trabalho

Minha vida é a vida de migração, e nos caminhos que percorri vi muros sendo construídos para separar raças, países, apagar histórias e, com isso, silenciar vozes e culturas. É a partir desta observação que tenho sido inquietado. Visto do espaço, o mundo não tem fronteiras. Temos no brasil o problema da migração sertaneja e o silenciamento de sua cultura, porém, acredito que não seja a migração o único fator de silenciamento da cultura sertaneja. Foi nessa preocupação que decidi debruçar e utilizá-la na elaboração deste trabalho. Pode o sujeito ser separado daquilo que ele é? Suas experiencias podem ser anuladas para um “melhor fazer científico?” Como essa subjetividade implica na educação, ensino? Caminhando e discutindo o assunto abordado, cheguei à percepção que precisamos, lutar para manter e divulgar nossa cultura. Mas de quais maneiras? A primeira que julgo ser necessária, é através de uma melhor divulgação cultural para as gerações futuras, trazendo a forma sertaneja, ver o mundo para o contexto atual. A segunda é lutar pela descentralização dos recursos voltados para a divulgação cultural, geralmente direcionados ao eixo São Paulo-Rio de Janeiro. Enquanto lutamos pelo que acreditamos, faço-lhe um convite a resistir e fazer poesia. Afinal, acredito que os mais belos poemas foram escritos em meio à perseguição.

Pelas redes sociais, Adriano Gomes, ainda aproveitou para agradecer a gestão da Escola Padre Luís Filgueiras instituição em que concluiu o Ensino Médio. “A honra é inteiramente minha em ter vocês. Sempre serei grato ao núcleo gestor da escola Padre Luís Filgueiras. Agradeço pela semente que lançaram em minha vida”, postou Adriano. A Diretora Escolar, Tia Cida, também acompanhou a apresentação do TCC.

Amigo, não tenho quêxa,

Veja que eu tenho razão

Em lhe dizê que não mexa

Nas coisas do meu sertão.

Pois, se não sabe o colega

De quá manêra se pega

Num ferro pra trabaiá,

Por favô, não mexa aqui,

Que eu também não mexo aí,

Cante lá, que eu canto cá.

(ASSARÉ; Patativa do, 2006, p. 13).

Por ser aquilo que chamamos de “cabra da peste” acredito assim como patativa, que o sertão de chão batido é, na verdade, um grande celeiro das mais diversas e brilhantes mentes, o sertanejo também faz ciência”, ressalta Adriano Gomes.

Na ocasião aproveitei para pedir a fala e parabenizá-lo pela apresentação e dizer do orgulho de vê-lo defender uma temática tão importante. De pé junto aos alunos que acompanhavam a apresentação deixamos uma salva de palmas ao mesmo.

Um comentário:

  1. Grande amigo Adriano colega de aula sempre colocando seus aprendizado em praticas parabéns meu amigo belo trabalho.

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