07/10/2020

MEU LENITIVO por Antônio Hélio da Silva | ARARIPE-CE

Lucélia Muniz

Ubuntu Notícias, 07 de outubro de 2020

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Antônio Hélio da Silva – Escritor e Jornalista

Os caracteres atingiram o número de 30.825. Textos de crônicas e outros estilos – 45. As fragmentações do Romance Concha Verde Brejo Seco – 48. Média de 23 linhas em cada escrito, com 270 palavras em cada. No Word, 70 páginas.

Vivi embevecido pelo Jornal da Confraria. Não tanto quanto seu editor Francisco Adriano. Acredito tenha sido minha cachaça, igual fora para os demais colegas colunistas nas 140 Edições.

Será que o JC cumpriu seu tempo? As circunstâncias teriam feito cumprir? As noites anteriores ao dia da publicação, foram de intenso trabalho, envolvendo o pensar, contatar, articular, criar, agir, escrever, redigir, concluir, fechar e publicar. Trabalhos feitos não por uma editoria, mas por um editor.

Contudo, fora, dos jornais de Araripe, o que mais perdurou. E vivi com ele, me alimentando do prazer de ver os testos meus circulando numa folha, na cidade, no Brasil, e no mundo, após ser distribuído também, de forma virtual. Talvez uma folha de jornal tenha sido seu glamour. A síntese obrigatória dos escritores na difícil arte de redigir, peneirou os pensamentos e só fora a folha, a essência do querer do poeta, do pensador, do escritor...

Minha honra em ser estreante colunista e romancista no JC não foi pequena. Além de ter sido em minha vida, um dos períodos que mais escrevi. Fora o jornal, meu lenitivo para os dias tediosos. Obrigado literato e poeta Francisco Adriano, pela oportunidade das publicações dos meus pensares poéticos e prosaicos.  

Os personagens do Brejo, nas entrelinhas, já estão a chorar pela sufocação de não aparecerem no momento mais importante do enredo, que é a instalação das benfeitorias da grande fazenda. Ontem, a personagem recém-chegada das paragens dos Inhamuns, toda pomposa, que vai se destacar no enredo, se queixou a mim, do choro de todos. Aí, sem ter muito o que dizer, conversei com ela o seguinte:          

Às vezes, sempre nas terça-feira à noite, quando eu me prostrava em frente ao computador a escrever para o JC, usava o botton da Comenda Refúgio.

Acho que o botton da Comenda, pela importância a mim comendada, me tornava ou me torna mais inspirado e seguro. É que encontrar as palavras que não garimpei na universidade, não tem sido fácil na jornada que me impõe redigir, lenitivo para o meu calvário.

Não fosse a escrita, seria amargurado os meus dias. Por isso vivo a enfeitá-los com meus pensamentos grafados dia e noite, a ponto de me atrever simultaneamente, está escrevendo nove livros, inclusive este – Concha Verde Brejo Seco, que um dia será publicado. E você, Epirara, terá todas as glórias de personagem protagonista.

Texto escrito em 19.09.2017.

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