01/03/2017

Mulheres na linha de frente por justiça! – resistência e mobilização por direitos humanos

A Anistia Internacional lançou na quarta-feira (22) seu relatório anual “O Estado dos Direitos Humanos no Mundo 2016/17”, que traz um panorama sobre avanços e retrocesso na agenda de direitos em 159 países.

Na região das Américas, um dos destaques foi o aumento da violência - o continente abriga os dez países com as maiores taxas de homicídios no mundo. É preciso destacar a força das mulheres - mães, irmãs, companheiras de vítimas da violência - na linha de frente de toda denúncia e mobilização por justiça. Seja no Brasil, Estados Unidos ou Jamaica, são estas vozes femininas que lutam contra a impunidade, como é o caso de Shackelia Jackson, que teve seu irmão morto aos 27 anos pela polícia jamaicana e estava presente no debate "Mulheres Negras na Resistência e Mobilização por Direitos Humanos" no lançamento do relatório anual.

Jurema Werneck, fundadora da ONG Criola, abriu a mesa no seu primeiro evento como diretora executiva da Anistia Internacional, e falou sobre o que é ser mulher negra no Brasil e sobre sua trajetória desde a faculdade de medicina, até o dia de hoje, à frente de uma organização internacional. Depois de dizer que todas e todos aqueles que estavam ali na mesma luta fazem parte de sua família, destacou a força das mulheres negras para seguir em frente.
“Ser mulher negra no Brasil é enfrentar todo dia a necessidade de confrontar o peso e a força desse inimigo chamado racismo. Este inimigo chamado sexismo. Este inimigo chamado pobreza e exclusão. (…) É ter seu filho morto e não esmorecer. Enfrentar a dor, a luta cotidiana, mas sabendo da dor do sofrimento da luta é pensar em uma nova alternativa.” 

Vilma Reis, com ampla experiência na luta contra o encarceramento em massa da juventude negra e periférica, é socióloga e ouvidora geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia. Durante toda a sua fala, nos remete a grandes nomes da história do movimento negro no Brasil e no mundo, como Lélia Gonzales, Ângela Davis, Carlos Mariguella e Ana Maria Gonçalvez. Ela comoveu a platéia e convocou todos e todas a resistirem contra retrocessos. “Senhores do século XIX querem governar o mundo no século 21, mas nós não vamos deixar!” , afirmou.
“Quando a bala chega em nosso corpo, o racismo e o sexismo já nos atingiram”, destacou Vilma, que fez duras críticas ao racismo nas instituições, à intolerância religiosa e ao conservadorismo, e foi aplaudida de pé pelo auditório.

Sueli Carneiro, fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra e integrante do Conselho Consultivo da Anistia Internacional foi a mediadora dos debates e ao final de cada fala, trazia mais acúmulos:
“São mulheres negras que falam em nome de vítimas, são mulheres negras que falam por si mesmas, são mulheres negras que falam por todos e todas nós. Elas carregam em seus corpos as marcas e os estigmas das múltiplas formas de opressão e por isso mesmo são também e ao mesmo tempo portadoras dos requisitos indispensáveis para emancipação de todas e todos nós.”

2 comentários:

  1. LUCÉLIA,

    sou seu seguidor e a convido para conheçer o nosso novo blog, o sexto em dez anos de blogosfera, o titulo é:MULHER BURRA NÃO SEGURA HOMEM.
    O link é http://paulotamburropaulo.blogspot.com.br/ (COPIE E COLE)
    Participe e entenda as razões do blog.
    Espero por você .
    Um abração carioca.

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  2. Visita retribuída em seu blog! Um abraço!!!

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