29/11/2011

Parceria MEC e Unesco promove capacitação para alunos e professores




Denise Porfírio

Alunos da educação infantil e do ensino fundamental e médio das escolas públicas brasileiras receberão em 2012, livros didáticos sobre a história e cultura africana e afro-brasileira. As obras serão distribuídas em 150 mil escolas com o objetivo de proporcionar aos alunos a compreensão do desenvolvimento histórico e uma visão objetiva dos povos do continente africano. 
O material é baseado na Coleção História Geral da África lançada em 2010, uma parceria entre a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e o Ministério da Educação (MEC). As instituições receberão dois livros síntese para subsidiar o trabalho dos professores no ensino de conteúdos relacionados à história, cultura, economia, política e arte negra. 
Viviane Fernandes, diretora de Políticas para Educação no Campo e Diversidade do MEC, explica que o Conselho Nacional de Educação publica diretrizes curriculares nacionais para o ensino da história e cultura afro-brasileira e a partir de então inicia-se todo um processo que envolve formação de professores, gestores e elaboração de materiais didáticos pedagógicos específicos para tratar desse tema. “É necessária a inserção do tema em toda educação básica para combater o racismo e valorizar o negro dentro das escolas”. 
A inclusão da temática História e Cultura Afro-brasileira no currículo da educação básica das escolas públicas e particulares está prevista na Lei nº10.639/ 2003.  Além da história da África e dos africanos, o conteúdo deve incluir a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional. 
Segundo a diretora, ainda existe uma grande diferença de escolaridade entre as pessoas, com mais de 15 anos, entre a população negra e os não negros. A escolaridade é de 8,4 anos de estudo entre os não negros e 6,6 anos entre os negros. “Só que apesar dessa diferença, o avanço na escolaridade dos negros tem sido mais rápido em relação à dos não negros De 2004 a 2009 houve crescimento de 9% em anos de estudos entre os não negros e  entre os negros foi de 14,5%”, compara. 
No entanto, Viviane Faria comenta que o Brasil ainda tem uma dívida social com os afrodescendentes que enfrentam desde a infância preconceito por sua cor, cabelo, condição social e dificuldades de acesso às universidades. “Se o analfabetismo é maior entre os negros e os maiores índices de pobreza estão entre os não brancos, vamos ver claramente que a pobreza e as dificuldades salariais e de acesso à universidade têm cor no Brasil. E essa cor é negra. Então precisamos, sim, enfrentar esse racismo na escola e na sociedade”, afirma.

Acesso em 29 de novembro de 2011.

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